sexta-feira, 1 de junho de 2012

O Simbolismo dos Números: Parte I


A Estrela de Davi ou Estrela de Seis Pontas: Emblema do judaísmo

Gerar argumentos acerca da simbologia dos números na sociedade humana é de longe uma tarefa complexa, que exigiria linhas e mais linhas, sem previsão de esgotamento do tema em questão.

Os números não são meramente uma iconografia para a matemática ou geometria, pois estão intrinsecamente ligados com princípios cósmicos e religiosos, ditando ordem a um universo aparentemente dominado pelo caos.

Pitágoras (569-475 a.C.) já dizia que os números governam todas as coisas, algo que pode ser ratificado com a ciência moderna, contudo, não obstante, há a numerologia dos antepassados, regada a muito misticismo e com possíveis explicações para nossas indagações filosóficas.

Bom, se você já leu esta singela introdução, com certeza ficou na expectativa pela associação cultural dos principais números da história humana (de zero a treze), todavia, para a matéria não ficar excessivamente morosa e longa, a dividirei em três postagens.

O zero representa o número neófito na geometria, já que nem no Antigo Egito havia hieróglifo correspondente.

Para os babilônicos, o zero era o espaço em branco no infinito onde todas as coisas se formavam ou retornavam, um conceito similar a cultura maia, simbolizado pela espiral, que se traduzia na vida uterina.

O número zero pode ser atribuído a potencialidade completa, bem como ao fracasso absoluto.


Para Pitágoras, o número um representava o princípio masculino, possivelmente por aparentar um falo ereto, uma relação um pouco divergente das crenças monoteístas, que atribuíam a imagem de Deus ao símbolo.

Em regra geral, na sociedade humana, o número um vem classificar a importância de um individuo, seja como primogênito ou como campeão de uma competição. Trata-se também do ícone da unificação, que se traduz em juntar forças para um interesse em comum: "Sejamos um nessa empreitada" ou "Um por todos e todos por um".

O símbolo da dualidade entre bem e mal, bom e ruim, herói e vilão, luz e trevas, homem e mulher, espírito e matéria, criador e criatura, falso e verdadeiro, beleza e feiura, amor e ódio, ordem e caos.

O número dois é sem dúvida o alicerce de toda a numerologia chinesa, já que na crença taoísta, o “yin e yang” representa a polaridade que orquestra o universo.

Segundo Pitágoras tal número vem representar o princípio feminino.

Quando se menciona o número três, em primeiro momento nossa mente nos traz a imagem dos Três Reis Magos, dos Três Mosqueteiros, dos Três Porquinhos ou dos Três Patetas, entretanto, tal símbolo, representa muito mais que tudo isso, pois expressa os aspectos da vida, como: passado, presente e futuro; mente, corpo e alma; nascimento, vida e morte; e as três formas de amar no grego (eros, filéo e ágape). Na crença judaico-cristã o número três representa a santíssima trindade (Elohim): Deus-Pai, Deus-Filho e Espírito Santo. Obviamente a forma do triângulo está conectada ao número três.

O número quatro é abundante em ícones, tendo como principais os pontos cardinais, as fases da lua, os elementos da natureza, as estações do ano, o quadrado, a base piramidal e a cruz.

No cristianismo o número quatro revela um presságio punitivo com os Quatro Cavaleiros do Apocalipse (Peste, Guerra, Fome e Morte).

Para o Islamismo tal número está relacionado a matéria, enquanto para os nativos norte-americanos representa a harmonia.



Aguardem a próxima postagem, pois mostrarei alguns significados para os números cinco, seis, sete e oito.

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