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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A Dádiva do Perdão: Gênesis 45:7-8

José no Egíto, obra de Jacopo Pontormo (1517)
Ao meditar sobre o divino caráter do perdão, Luiz Dinnouti, um querido amigo e irmão em Cristo, lucubrou o excelente texto que nos enriquecerá logo abaixo.

A mensagem tem fundamento em uma passagem bíblica bem conhecida, na qual José revela sua real identidade para seus irmãos, que num remoto passado, o venderam para mercadores de escravos. Vejamos agora o texto sagrado a ser explorado, e, em seguida, os reveladores comentários que prometem ser luz para este ano de incertezas.

"Deus enviou-me adiante de vós, para conservar-vos descendência na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento. Assim não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como governador sobre toda a terra do Egito." (Gênesis 45:7-8)

Considerando tudo o que José sofreu; a escravidão, a traição, a falsa acusação, a prisão e momentos de saudades de sua mãe e de seu pai e de seu lar, seria lógico pensar que esta seria a hora da vingança. Era a hora de tripudiar sobre a sorte daqueles que foram cruéis e injustos para ele.

Entretanto a atitude de José surpreende e demonstra um grau de maturidade espiritual que somente alcançam aqueles que, tendo passado por momentos de sofrimento, souberam aproveitar as lições que tais circunstâncias lhe proporcionaram para entender o sentido da vida sob uma perspectiva mais ampla, entendendo que há um proposito maior em tudo o que acontece, que nada pode ser analisado isoladamente, mas tudo na vida faz parte de um intrincado quebra cabeças, onde cada momento, cada pessoa, representa uma peça que, ao ser encaixada às demais, resulta no quadro maior da realidade da vida.

Portanto o que somos e vivemos hoje é o resultado de ações, atitudes, pensamentos e escolhas, nossas próprias e de outras pessoas no passado.

Tudo o que nos aconteceu no passado serviu de alguma forma para configurar o momento atual e produzir a pessoa que somos hoje. Sem termos passado por todas as situações que experimentamos, tenham sido estas felizes ou infelizes, não seriamos o que somos hoje.

Cada momento imprimiu em nossa alma, mente e espirito registros que influenciaram e moldaram nosso modo de ver o mundo, nosso comportamento e a maneira como vamos nos preparar para o futuro. Pensando desta forma, não há lugar para arrependimentos, remorsos e culpas, pois nada pode ser mudado de tudo o que aconteceu.

O sentimento de culpa, de vingança, de remorso somente interferem negativamente e diminuem o potencial humano de transformar realidades e o rumo do futuro. Se o passado não pode ser mudado, como devemos viver o presente e preparar o futuro?

Quanto ao presente, vivamo-lo com alegria, com amor, aproveitando a oportunidade de aprendizado, com sentimentos positivos, sendo otimistas e acreditando no principio maior da semeadura e colheita, pois tudo o que plantamos, nós colhemos. Se semearmos o bem colheremos o bem.

Com esta perspectiva em mente, José pôde dizer: “Não foste vós.” Há nessa expressão um perdão explicito e sincero, porque José entendera que tudo quanto lhe aconteceu teve um propósito e isto estava claro para ele naquele momento.

Ele fora enviado para o livramento de sua familia, dos seus irmãos e todos os que viviam com eles – 70 almas, é o que diz a Bíblia. A forma como José reagiu a cada situação de sofrimento o preparou para torná-lo naquilo que ele se tornou: um grande lider, capaz de ser uma benção para muitas pessoas, fazendo sua parte no grande plano da vida.

Nada do que nos acontece é essencialmente bom ou ruim, e mesmo as circunstancias mais adversas servem para nos preparar, para que cresçamos espiritualmente e auxiliemos outros a também evoluirem. Mas lembrem-se: o mesmo sol que endurece a lama, derrete a cera. A forma como reagimos às circunstancias da vida vai determinar as consequências sobre nosso crescimento espiritual. Uns caem e são derrotados. Outros se levantam e seguem mais fortes ainda.

CONCLUSÃO
Bodas de Caná, obra de Veronese (1563)
Que assim como José, nós sejamos capazes de superar as lembranças tristes do passado, as culpas , remorsos e desejos de vingança e possamos entender o propósito de D’us o Eterno para o presente momento, que é vivermos de tal maneira que sejamos uma benção para todos os que nos rodeiam, pois para isso passamos por todas as experiencias que a vida nos proporcionou, para que pudessemos ser capazes de ajudar nossos irmãos na grande caminhada da vida. Que o resto da nossa vida seja a parte mais importante e mais feliz dela, e tal como o vinho servido nas bodas de Caná por Jesus, o melhor esteja reservado para o final da festa.

Que D’us o Eterno os abençoe, e que as Palavras do Livro Santo sejam luz e lâmpada para os vossos pés, no intrincado caminho da vida.

Luiz Dinnouti

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