Bem vindo!

Tu que és um andarilho virtual na constante busca pelo conhecimento e diversão, celebre a vida conosco! Junte-se à nossa lareira, venha beber uma taça de vinho ou esfriar-se em uma grande caneca de cerveja, faça novos amigos ou solidifique velhas amizades.

"Sem comer e sem beber ninguém se cobre de glória" (provérbio viking).

domingo, 29 de janeiro de 2012

Playlist: Retrô-Hits do Brasil à Beira Mar

Que tal margear a orla do tempo e voltar para um período musicalmente saudosista no Brasil? Imagine-se na plenitude dos anos 80, dentro de um Buggy ou num Gurgel Carajás, rumo as praias de Ipanema ou Guarujá, e no toca-fitas do carro, os grandes sucessos do verão brasileiro. Era uma época em que voar de asa-delta e jogar vôlei de praia estavam na moda, enquanto, Rose di Primo se refrescava com sua água de coco estupidamente gelada.

20 RETRO-HITS DO BRASIL À BEIRA MAR
1. Gang 90 & as Absurdettes - Nosso Louco Amor
2. Marcos Sabino - Reluz
3. 14 Bis - Todo Azul do Mar
4. Baby Consuelo - Menino do Rio
5. Djavan - Lilás
6. Guilherme Arantes - Loucas Horas
7. Lulu Santos - Como Uma Onda
8. Rádio Taxi - Garota Dourada
9. Tunai - Frisson
10. Marina Lima - Uma Noite e Meia
11. Lobão e os Ronaldos - Decadance Avec Elegance
12. Gilberto Gil - Não Chores Mais
13. Alceu Valença - Morena Tropicana
14. Nico Rezende - Esquece e Vem
15. Moraes Moreira - Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira
16. Roupa Nova - Canção de Verão
17. Barão Vermelho - Pro Dia Nascer Feliz
18. Os Paralamas do Sucesso - Óculos
19. RPM - Rádio Pirata
20. Blitz - Você Não Soube Me Amar

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Dança do Ventre

A Dança do Ventre (também conhecido como Belly Dance, Danse du Ventre, Danza del Vientre ou Raks El Sharqi) é somente uma das muitas danças praticadas no Oriente Médio e no Norte da África. Tradicionalmente é um gênero improvisado e espontâneo, guiado por uma música árabe, ritmada ao som de derbakke (ou tabla), mizmar (popular flauta do baladi), al-‘ud (alaúde), daff (ou riq), violino e snujs. A dança consiste em movimentos fluidos de braço e mão, bem como shimmies (tremidos) e movimentos isolados de ombros, pélvis, cabeça e abdômen.

Segundo a vasta experiência da dançarina paulistana Vivi Al Fatna, a Dança do Ventre pode ser definida em seis movimentos primordiais: ondulações, batidas laterais, shimmies (também grafado ximis), oitos, giros e redondos.

A clássica diva da Dança do Ventre, complementou sua síntese, mencionando que a famosa dança do oriente, pode ser enriquecida com alguns acessórios que vão além das roupas ornamentadas, sendo estes: o véu (um delicado lenço colorido que mede entre 1m20cm a 2 metros de comprimento); os snujs (címbalos de metal, parecidos com castanholas); os bastões (bengalas de bambu ou plástico, utilizadas em danças folclóricas árabes, como o said); a espada (a representação da cimitarra árabe, oriunda da dança do deserto, praticada por beduínas à beira de fogueiras); o candelabro (típico acessório feminino utilizado em aniversários e bodas); o leque-véu (também chamado de fan veil, transmite a ideia de labaredas de fogo quando manuseado por profissionais); o pandeiro (instrumento folclórico de influência cigana); e as taças com vela (proveniente dos antigos haréns).

Quando um leigo pensa em Dança do Ventre é normal surgir à mente a famigerada Dança dos Setes Véus, mas o que poucos sabem, é que se trata uma alegoria do século 20, criada pelo saudoso Oscar Wilde na direção de palco de sua enigmática peça "Salomé" (1894), uma idealização teatral que ganhou aclamação popular entre 1905 e 1918. Posteriormente, houve a degeneração ocidental no conceito da Dança do Ventre, graças à deturpação erótica promovida pelo movimento burlesco, que tratou de incutir a imagem do strip-tease na dançarina oriental. Há ainda outro elemento atípico, que de igual modo trouxe conotação sexual e ao mesmo tempo ritualística à Dança do Ventre, uma vertente inspirada nas deusas mitológicas Isis (Egito) e Nidaba (Suméria), denominada Dança com a Serpente.

A Dança do Ventre pode ser exibida tanto por mulheres como por homens, considerando que o gênero masculino recria apenas uma variação performática, já que a dança original está intrinsecamente ligada à anatomia feminina, bem como a fertilidade procedente do Nilo e das deidades egípcias.

Segundo informações contidas no livro "Belly Dance: Orientalism, Transnationalism & Harem Fantasy" dos escritores Anthony Shay e Barbara Sellers-Young, no Egito do século 19, a palavra "khawal" era utilizada para dar nome ao dançarino egípcio, contudo, hoje, o vocábulo também faz referência ao indivíduo que assume o papel “passivo” numa relação homoafetiva. Já no Irã, a figura do dançarino masculino recebe o nome de “raqas-basi”, um termo que é igualmente usado como expressão homofóbica, pois, desde a infância as crianças são orientadas a agirem corretamente, caso contrário, terão má reputação tal qual um “raqas“ (uma moderna abreviação do termo). Distante dos preconceitos e da representação masculina na Dança do Ventre, o homem também poderá exercer a posição de condutor de uma dançarina oriental, desde que para isto, estenda seus braços, delineando um círculo de proteção enquanto ela dança, mas sem tocá-la.

O espaço de dança é usualmente definido por um anel de pessoas sentadas ou em pé, formado por familiares, amigos, convidados de uma celebração, clientes de uma casa noturna (nightclubs) ou turistas de um cabaré egípcio.

Se você está buscando aprofundamento no tema, não deixe de assistir algumas preciosidades cinematográficas, como: “Khalli balk min Zuzu” (1972) e “Ahl al-Hawa” (1955) com Tahia Kariyuka (Tahia Carioca); “Ma-tqulsh il-hadd” (1952), “Habib al-umr” (1947) e “Ahibbak inta” (1949) com Samiya Gamal; e “Tamar Hinnah” (1957) com Naimah Akif.

Bom, espero que tenham gostado deste modesto panorama sobre a envolvente e misteriosa Dança do Ventre. Deixo meus agradecimentos à bela Vivi Al Fatna (a qual ilustra as fotos deste artigo), cuja experiência e sabedoria, tornaram-se essenciais para condensar uma história milenar em um microcosmo de conhecimento.

Para quem procura autênticas músicas de Dança do Ventre, há uma playlist bem interessante aqui no blog: http://tavernadoperegrino.blogspot.com/2011/05/playlist-danca-do-ventre-nas-mil-e-uma.html

domingo, 22 de janeiro de 2012

Movie Playlist: Viajantes do Tempo

Desde H.G. Wells (1866-1946) o homem sonha com a possibilidade de alterar o curso da história através de viagens no tempo. A tentativa de consertar ou desviar o tempo a seu favor, inevitavelmente acarretará um imprevisível paradoxo temporal, isto é, conflitos que desencadeiam ações intermitentes que poderiam nos levar a múltiplas realidades ou, universos paralelos. Nesta seleção de filmes, contemple as consequências e vantagens das viagens temporais.

10 PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS SOBRE VIAGEM NO TEMPO
(MOVIE PLAYLIST)

1. De Volta Para o Futuro: A Trilogia (Back to the Future: The Trilogy) - 1985, 1989 e 1990 
2. A Máquina do Tempo (The Time Machine) - 1960 e 2002
3. O Exterminador do Futuro (Terminator) - 1984
4. Efeito Borboleta (Butterfly Effect) - 2004
5. O Homem do Futuro (O Homem do Futuro) - 2010
6. Os 12 Macacos (Twelve Monkeys) - 1995
7. Planeta dos Macacos (Planet of Apes) - 1968
8. Em Algum Lugar do Passado (Somewhere in Time) - 1980
9. De Repente 30 (13 Going On 30) - 2004
10. Feitiço do Tempo (Groundhog Day) - 1993

sábado, 21 de janeiro de 2012

Faith No More: The Real Thing

O álbum The Real Thing (1989) representa o terceiro trabalho de estúdio na discografia do Faith No More, um monólito musical que definiu o limite entre o passado e o futuro da banda californiana.

A despedida do alcoólatra Chuck Mosley para a entrada do esfuziante Mike Patton, de apenas 20 anos, tornou-se a principal mudança benéfica que resultou em um sucesso avassalador nos anos 90.

As habilidades vocais de Patton embalaram um inovador funk metal com lampejos de rock progressivo, influenciando importantes bandas de numetal, como Limp Bizkit e Korn

Deleite-se com o teclado de Roddy Bottum no hit "From Out Of Nowhere"; vibre em "Falling To Pieces" com a emblemática presença funk do baixista Bill Gould e do baterista Mike Bordin; ou viaje nos solos de guitarra de Jim Martin no megassucesso "Epic".

E por falar em "Epic" (nono lugar nos Estados Unidos), este single em forma de videoclipe, vastamente divulgado pela MTV, elevou o Faith No More a posição de super-banda, bem como tornou Mike Patton um símbolo sexual do rock alternativo.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Playlist: Submersão

The Triton and the Mermaid: Boris Vallejo (1981)
Muitas vezes o ato de submergir pode ser necessário em determinados momentos de nossas vidas, e não digo isso literalmente, mas metaforicamente, pois, quando estamos cercados pela turbulência do cotidiano, nada melhor que mergulharmos numa envolvente sequência musical para deixarmos de lado certos aspectos do dia-a-dia. Que a fluidez desta eclética playlist equilibre seu eixo, despertando-o para novas ideias e elevando sua consciência para novos ritmos.

20 MÚSICAS PARA ENTRAR EM SUBMERSÃO (PLAYLIST)
1. Andreas Vollenweider - Lunar Pond
2. Enya - Shepherd Moon
3. Amazonics - Redemption Song
4. Bat For Lashes - Let's Get Lost
5. Cocteau Twins - Lorelei
6. Deep Forest - Night Bird
7. Icehouse - Cross the Border
8. Opus III - It's a Fine Day
9. Ladytron - Beauty
10. Moby - Why Does My Heart Feel So Bad [feat. Shining Light Gospel Choir]
11. Olive - You're Not Alone
12. Roger Sanchez - Another Chance
13. Robert Miles - Children [Dream Version]
14. Smashing Pumpkins - 1979
15. Pink Floyd - Marooned
16. The Dandy Warhols -You Were the Last High
17. The Doors - Riders On The Storm
18. Loreena McKennitt - The Mystic's Dream
19. Sarah Brightman - Only An Ocean Away
20. Sade - No Ordinary Love

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Divas em Preto e Branco (Parte I)

Se no próprio dicionário da língua portuguesa a palavra "diva" é definida como uma mulher de feições ou formas perfeitas, seria insanidade de minha parte escolher outro termo para adjetivar a beleza e a sensualidade dessas atrizes que vem nos enfeitiçando há décadas. Era uma época em que o erotismo não significava exposição explícita, conforme vemos hoje em dia, numa exagerada demanda por carne fora de contexto.

JANE FONDA representava em minha saudosa década de nascimento, o ideal de beleza feminina a ser alcançado, um posto conquistado no inicio dos anos 50, quando atuou como modelo fotográfica em diversas revistas de moda, das quais, ilustrou a memorável capa da Vogue de julho de 1959. No final da década de 1960, a belíssima "Lolita" nova-iorquina, seria mundialmente aclamada com o título de símbolo sexual, exaltada por películas como Dívida de Sangue (1965) e Barbarella (1968). Até o Duran Duran rendeu-se a formosura de Barbarella (personagem interpretada pela atriz), que inclusive deu origem a uma emblemática música da banda britânica.

CLAUDIA CARDINALE pode tranquilamente ser descrita em uma única palavra italiana: stupenda!  Certa vez, Brigitte Bardot declarou à mídia que a ilustríssima filha de sicilianos seria sua provável sucessora: "Eu já sei quem está destinada a tomar meu lugar. Só pode haver uma, e uma sozinha. Depois de "BB" vem "CC", não?". Claudia, entretanto, transcende o rótulo de símbolo sexual, pois provou ser uma atriz talentosa e versátil. Aos homens que assistirem "8½" (1963) de Federico Fellini e "Era Uma Vez no Oeste" (1968) de Sergio Leone, estar-se-ão sujeitos a uma única consequência previsível, ficarem perdidamente apaixonados por Claudia Cardinale. 

BRIGITTE BARDOT, também chamada carinhosamente de "BB", é de longe um dos maiores ícones sexuais da história cinematográfica, considerada por muitos como a versão francesa de Marilyn Monroe. Fruto de uma carreira profissional que teve inicio aos 15 anos, fase em que Bardot tornou-se modelo da revista Elle. E ao completar dezoito primaveras, a idolatrada diva de boca carnuda casa-se com o homem mais sortudo do mundo, o cineastra francês Roger Vadim. E quando disse afortunado, não exagerei, pois, esse mesmo sujeito também foi marido de Jane Fonda e Catherine Deneuve.

SOPHIA LOREN ou Sofia Scicolone é outra grande representante da cobiçada beleza italiana que se propagou pelo mundo nas décadas de 1960 e 1970. Para esta romana de olhar avassalador, o segredo da conservação de sua beleza, vem da prática diária de sexo: "Realmente para mim foi um drama me manter bela, mas faço amor todos os dias, creio que isso ajuda". Sophia é uma das poucas divas de sua época que ainda continua em atividade como atriz, algo que poderemos conferir em "Nine" (2009).

ELIZABETH TAYLOR será para sempre a eterna Cleópatra das telas do cinema, que um dia nos agraciou com sua delicada beleza e talento fenomenal. Em vida, Liz Taylor colecionou inúmeras jóias, dezenas de prêmios e impressionantes sete maridos, uma atitude que para muitos seria atribuída a uma pessoa compulsiva e inconstante. Mas como resistir esse olhar? Infelizmente, aos 79 anos, esta atriz inglesa de alma norte-americana, deixou a luz da ribalta, em 23 de março de 2011.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Gelato di Ricotta

Já que nesta semana escrevi sobre a belíssima Grotta Azurra, achei que seria interessante dispor aos seguidores da Taverna do Peregrino, uma deliciosa receita da região de Lazio.

Trata-se do Sorvete de Ricota (Gelato di Ricotta), uma aerada sobremesa italiana muito fácil de preparar, cujo sabor combinará perfeitamente com um bom Vin Santo.

Rendimento: 06 pessoas

Ingredientes
  • 500 g de ricota fresca
  • 100 g de açúcar refinado
  • 05 colheres (sopa) de rum ou conhaque
  • 05 gemas

Modo de Preparo
  1. Passe a ricota por uma peneira e reserve-a. Bata as gemas com o açúcar até obter um creme bem fofo (a mesma técnica utilizada para o preparo do pão-de-ló).
  2. Desligue a batedeira e aos poucos, incorpore a ricota e o rum.
  3. Distribua a mistura em um refratário, alisando sua superfície com uma espátula ou pão-duro. Cubra com uma folha de papel-manteiga e leve à geladeira por, no mínimo, 3 horas. Se preferir, sirva-o acompanhado de frutas frescas ou secas.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Grotta Azurra

Marina Grande, o maior porto da ilha de Capri, na Itália, é o ponto de partida para a fantástica Grotta Azzurra (ou Gruta Azul). O nome desta famosa caverna faz menção a sua singular característica, uma iluminação natural que resplandece o belíssimo brilho azul turquesa. O passeio é feito por barcos a remo, que cruzam uma pequena abertura na pedra, com cerca de 2 metros de altura, exigindo em marés altas, que os turistas se deitem ao passar. Os romanos do período de Tibério acreditavam que o interior da gruta era habitado por ardilosas sereias, um reino de demônios marinhos carregado de feitiços e maus agouros.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Monstros Marinhos e Outros Mistérios Aquáticos

Kraken: O monstro marinho da mitologia nórdica
Em pelo menos uma opinião, astrônomos, ufólogos e oceanógrafos concordam entre si: O homem tem mais conhecimento sobre a Lua do que os mistérios envolvendo as profundezas abissais da Terra.

O fundo do mar é o habitat perfeito para criaturas com características pra lá de assustadoras, entes biológicos que surpreendem até mesmo os cientistas mais experientes.

Sei que pode parecer uma fantasia verniana, mas tente visualizar uma zona abissal com mais de 8.000 metros de profundidade, gerando pressões esmagadoras que atingem até 11.000 psi (pounds per square inch ou libra força por polegada quadrada), algo equipolente a cinquenta aviões jumbos (Boeing 747) empilhados sobre você.

Crânio de um Pliossauro no Museu do Condado de Dorset, Inglaterra
Portanto, diante de adversidades tão titânicas como essas, seria muita arrogância da raça humana acreditar que catalogou grande parte das espécies viventes, ainda mais se levarmos em conta que a superfície do "planeta azul" é coberta por dois terços de oceanos e mares (360.000.000 km2), e disto, apenas 5% foi mapeado.

Estimativas atuais apontam que o número de espécies não documentadas pode variar entre 10 e 30 milhões, e isso não é exagero, já que os oceanos oferecem 99% do espaço da Terra aonde a vida pode se desenvolver.

Lula Gigante encontrada próxima a ilha Chichijima, no Japão
Se toda água do mundo fosse dividida entre os habitantes da Terra, cada um teria direito ao equivalente a oitenta piscinas olímpicas, entretanto, se fizéssemos uma divisão igual de terra seca, cada pessoa receberia pouco mais de quatro campos de futebol.

Extrapolando todos os recordes, encontra-se a Fossa das Marianas (Mariana Trench, em inglês), a mais profunda depressão oceânica, localizada na região das ilhas Marianas, no Oceano Pacífico, 5.300 km a leste do Havaí. Trata-se de um vale subterrâneo que alcança 11.500 metros de profundidade (zona hadopelágica), sete vezes mais que o colossal Grand Canyon, no rio Colorado, nos Estados Unidos.

Peixe-Diabo Negro ou Humpback Anglerfish
Foi neste indômito abismo submarino, ausente de luz solar, que o hidronauta suíço Jacques Piccard (1922-2008), colocou a prova sua inovadora invenção, o batiscafo Trieste, uma espécie de submarino exploratório, construído para ultrapassar grandes profundidades oceânicas em poucas horas.

Em 1960, descendo exatos 10.916 metros (35,800 pés), num impressionante percurso de cinco horas de duração, Piccard e o tenente da Marinha norte-americana Donald Walsh, vivenciaram um mundo paralelo com estranhas criaturas bioluminescentes, dentre essas o Peixe-Diabo Negro (Melanocetus johnsonii) e o Polvo Dumbo (Grimpoteuthis).

Tubarão-Duende ou Goblin Shark
Se um tubarão comum é aterrorizante, imagine defrontar-se com um monstro marinho que reside nas profundas águas japonesas, o Tubarão-Duende ou Goblin Shark (Mitsukurina owstoni), uma espécie predadora extremamente rara e feia.

Uma recente pesquisa científica comprovou que determinadas bactérias podem viver milhas abaixo da superfície da Terra, aconchegando-se em fontes hidrotermais oceânicas. Da mesma maneira, há indícios de bactérias que vivem em lagos antárticos congelados por milhares de anos.

Os Mistérios do Triângulo das Bermudas, por Mark Stevenson 
Já no campo ufológico, existem as inexplicáveis aparições tecnológicas em formato cilíndrico, circular ou esférico, os ditos OSNIS (Objetos Subaquáticos Não Identificados) ou USO (Unidentified Submarine Object), os quais são sustentados pela teoria da base submarina extraterrestre.

Você sabia que Cristóvão Colombo foi o primeiro europeu a relatar num diário de bordo, um surpreendente avistamento de OSNI? O episódio aconteceu na noite de 11 de outubro de 1492, numa das viagens do navegador pelo traiçoeiro Mar dos Sargaços, e o estranho objeto em formato de orbe, revelou uma intensa luz após sair da água, que nas palavras de Colombo, era similar a uma chama de vela que subia e descia pelo céu.

Supostas evidências que se fundem a outra incógnita aquática, o mistério do Triângulo das Bermudas, uma região no Oceano Atlântico (entre as Bermudas, a Flórida e Porto Rico), responsável por centenas de desaparecimentos, entre embarcações e aviões, sejam estes civis ou militares. A área também é conhecida como "Mar da Confusão" e "Porto dos Navios Desaparecidos", e por deixar poucos vestígios, muito se especula sobre intervenção alienígena. Seguindo a mesma sorte, do outro lado do planeta, encontra-se uma fronteira aquática ainda mais terrível, o Triângulo do Diabo, que desde os primórdios do Japão Feudal vem sendo o ícone de assustadoras aparições, como navios fantasmas e OSNIS pouco amigáveis.

Atlântida, o reino perdido
Não obstante, encontra-se a famosa lenda da Grécia Antiga, que descrevia uma gigantesca ilha no Oceano Atlântico, ora habitada por um povo evoluído em tecnologia e cultura.

Para o filósofo Platão, o continente perdido da Atlântida teria desaparecido repentinamente há 9 mil ou 10 mil anos, o que leva à suposição de uma grande derrocada nuclear como possível causa da submersão.

Há algumas décadas, acreditava-se que os arquipélagos de Açores, Madeira e Canárias seriam vestígios desse continente, contudo, novas descobertas apontam uma atual localização no mar do Caribe.

Ulisses e as Sereias, obra de Hebert James Draper (1909)
Outro mito que migra por diversas culturas relata um ser híbrido, metade mulher e metade peixe, a lenda das sereias (também chamadas de nereidas ou ondinas), seres que habitavam os rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália, atraindo os tripulantes das naus que ousavam navegar por ali. Na epopeia grega de Homero: "A Odisseia", Ulisses conseguiu escapar do pérfido canto hipnótico das sereias, utilizando cera de abelha nos ouvidos e amarrando-se ao mastro de seu navio.

Segundo a mitologia grega, originalmente, as sereias eram entidades aladas com vozes melodiosas, cujo encanto, provocou a inveja de Hera, que arrancou suas asas e as deixou precipitar na espuma dos oceanos.

Próximo deste conceito de cruzamento entre espécies, há a crendice escocesa nas selkies, também conhecidas como mulheres-focas, e, no Mar Egeu, o imaginário é revelado em sinistras criaturas chamadas tritões.

Сирена, obra de Колетт Калашон (2001)
No Brasil, adaptamos nosso próprio folclore de sereia, a lenda de Iara. Vivendo nas águas doces do Rio Amazonas, em cujas pedras vêm se exibir nas noites de luar, Iara penteia seus longos cabelos verdes com um ornamentado pente de ouro. Conta à tradição oral, que nossa sereia tupiniquim, adora seduzir rapazes com quem deseja contrair matrimônio, levando-os para seu palácio no fundo das águas.

Outra lenda brasileira que também revela o imaginário aquático de nosso povo é o mito do Boto Cor de Rosa. Segundo a crendice popular, o referido peixe da Amazônia se transforma num formoso varão, habilidoso na arte da dança e da conquista. O galanteador das águas tem por finalidade arrebatar jovens mulheres para seu deleite sexual no leito dos rios. Segundo historiadores, a lenda surgiu como pretexto para as moças justificarem uma gravidez fora do casamento.

Fóssil de um Plesiossauro em Paris
Para finalizar esta postagem, não poderia deixar de falar sobre a aparição aquática mais popular da Europa, o Monstro do Lago Ness. Com 240 metros de profundidade e localizado no Norte da Escócia, o Lago Ness (Loch Ness, em inglês) tornou-se em 565 d.C., palco de uma intrigante presença relatada pelo abade de St. Columba. Segundo o clérigo, uma criatura fantástica que parecia um sapo gigante, mas que não era um sapo, surgiu a sua frente, causando grande espanto e temor.

De lá pra cá, houve muita especulação quanto a seriedade dos avistamentos, em 1934, por exemplo, uma impressionante foto tirada pelo médico inglês Robert Wilson foi posteriormente considerada um embuste. Todavia, não descarte a possibilidade de existir um monstro real em Lago Ness, pois, novas evidências têm surgido para tumultuar o caso, inclusive uma recente filmagem que revela um animal parecido com um Plesiossauro do período Triássico.

Monstros Marinhos, Revista National Geographic (Dec-2005)
E se você acha que a tradição escocesa se limita a esta única criatura, saiba que os kelpies (monstros marinhos com aparência de cavalo branco ou cinza malhado) também exercem grande fascinação no povo local, ainda mais por serem possíveis antropófagos.

Diante de tudo que foi dito, teríamos um blogueiro com devaneios inspirados na obra "Vinte Mil Léguas Submarinas (1870)" de Júlio Verne ou realmente existem mistérios ainda sepultados nas águas da Terra?

Capa da obra de Thomas Hobbes (1651) 
De qualquer maneira, em regra geral, a humanidade não parece enxergar com bons olhos nada de estranho que venha das águas, e, o cristianismo, ainda espera pela chegada do Leviatã, um monstro marinho do livro de Apocalipse que possivelmente seria a representação do diabo na Terra.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Os 10 Armários Mais Escancarados da Música

Antes que venham dizer que a Taverna do Peregrino exalta a homofobia, gostaria de deixar ressaltado que este tópico tem o intuito de documentar as celebridades da música, que com muita coragem resolveram assumir sua preferência sexual contraditória, tão pouco temendo a rejeição dos fãs e o falatório da mídia. Claro que a revelação de alguns tornou-se nada mais que a confirmação de algo que já sabíamos de antemão, uma vez que as evidências eram bem nítidas.

Se você tem certo posicionamento religioso, guarde-o consigo, porque aqui sublimaremos o talento musical. Vejamos agora os 10 armários mais escancarados da música, que vão do rock'n'roll ao estilo pop. Já sei, vocês estão sentindo falta de alguns nomes como Phil Oakley (The Human League), Marc Almond (Soft Cell), Mika, Renato Russo (Legião Urbana e Solo), Darren Hayes (Savage Garden), Sylvester (Solo), Ney Matogrosso (Secos & Molhados e Solo), Mark Feehily (Westlife) e Michael Stipe (R.E.M.), mas a lista é limitada em apenas dez escolhas, portanto, eis as selecionadas.

FREDDIE MERCURY (QUEEN E SOLO)
Freddie Mercury (1946-1991) é o maior exemplo de que um grande talento não pode ser esmorecido por mera opção homoafetiva, já que o cantor esbanjava qualidades artísticas, e um detalhe tão peculiar como esse não tem a menor significância para fãs e admiradores. Antes de assumir sua homossexualidade, Mercury viveu por cinco anos com sua namorada Mary Austin, que posteriormente se tornou a musa inspiradora por trás do hit "Love Of My Life".

Queen - I Want to Break Free


ROB HALFORD (JUDAS PRIEST)
Nem mesmo o couro, os rebites em aço e o excesso de testosterona, livraram o heavy metal de ter um impactante representante da comunidade gay. Durante sua carreira como vocalista do Judas Priest, Rob Halford vivenciou um conflito que se findou em depressão e no uso de substâncias entorpecentes. O grito de liberdade foi transmitido em uma ousada entrevista a MTV News, em 1998, quando declarou que finalmente se sentia confortável para tornar sua sexualidade pública.

Painkiller


NEIL TENNANT (PET SHOP BOYS)
Em agosto de 1994, uma matéria da revista britânica Attitude Gay Lifestyle anunciava algo supostamente bombástico, Neil Tennant, finalmente havia declarado sua homossexualidade: "Sim, sou gay". A notícia não poderia ser mais hilária, já que as evidências eram tão cristalinas ao longo de sua carreira, bastava observar os vídeos do Pet Shop Boys ou os trejeitos de seu vocalista em ação.

West End Girls


ANDY BELL (ERASURE E SOLO)
Além ter sido vocalista do Erasure, Andy Bell é um fervoroso defensor dos direitos gays, e até onde fiquei sabendo, jamais escondeu sua condição homossexual. A extravagância é uma das principais características deste artista britânico, e podemos constatar isso no videoclipe "Oh L'amour", onde ousadamente traja uma cinta-liga preta com espartilhos. Em dezembro de 2004, Andy anunciou publicamente que é HIV-positivo desde junho de 1998, data em que descobriu a enfermidade por análise laboratorial.

A Little Respect


ELTON JOHN (SOLO)
Acredito que Sir Elton John tem enorme prazer em provocar os milhares de cristãos fervorosos ao redor do mundo, primeiro por constituir uma atípica família com seu marido David Furnish e seu filho Zachary Jackson Levon Furnish-John; e segundo por dizer abertamente que Jesus Cristo fora gay durante sua vida terrestre. O queridinho da nobreza britânica é um dos principais defensores da causa homoafetiva, não poupando nem mesmo as crenças religiosas.

 
Nikita


RICKY MARTIN (MENUDO E SOLO)
De todos os artistas da lista, Ricky Martin foi o último a sair do armário, já que a preocupação com destino de sua carreira era extremamente sufocante. Aos 38 anos, contrariando recomendações, Ricky, assume sas rédeas de sua vida, declarando em seu blog: "Tenho orgulho de dizer que sou um felizardo homossexual. Sou muito abençoado em ser o que sou. Esses anos em silêncio e reflexão me fizeram mais forte, lembrando-me de que aceitação vem de dentro e que esse tipo de verdade me dá o poder de conquistar emoções que eu nem sabia que existiam”. Independente da escolha deste porto-riquenho, ainda o veremos arrebatar milhares de fãs mulheres em todo o globo terrestre, considerando que muitas delas terão a esperança de muda-lo algum dia.

Maria


JIMMY SOMERVILLE (BRONSKI BEAT, THE COMMUNARDS E SOLO)
No começo de sua atuação como vocalista e compositor, Jimmy Somerville não teve dificuldades em pôr à mostra sua preferência por jovens rapazes esportistas, que inclusive poderemos observar nos vídeoclipes de sua carreira. Jimmy esteve à frente de duas famosas bandas do Synthpop britânico (Bronski Beat e The Communards), que marcaram o cenário gay oitentista por todo o mundo.

Bronski Beat - Smalltown Boy


CAZUZA (BARÃO VERMELHO E SOLO)
Cazuza (1958-1990) era debochado, mimado e inconsequente, mas acima de tudo um gênio do rock brasileiro, que assumiu sua bissexualidade em meio aos tabus dos anos 80. Assim como Freddie Mercury, o ex-vocalista do Barão Vermelho foi mais uma das vítimas que sucumbiram perante o temível vírus HIV, que por pura ignorância era chamado de "praga gay".

Exagerado


GEORGE MICHAEL (WHAM! E SOLO)
George Michael foi aclamado como símbolo sexual desde seu surgimento musical na dupla Wham! (1981). Embora sempre fora discreto com sua sexualidade, Mr. Michael passou por uma situação bem constrangedora em 1998, quando foi detido pela polícia de Los Angeles por praticar atos obscenos em um banheiro público. Numa entrevista para o Independent News em 2007, Michael confessou porque demorou tanto tempo para sair do armário, já que sua mãe poderia se assustar com a revelação.


Wham! - Wake Me Up Before You Go-Go


BOY GEORGE (CULTURE CLUB E SOLO DJ)
O comportamento e o visual andrógeno de Boy George já causaram muitas polêmicas no inicio da década de 1980, alguns até chegaram afirmar que o artista era uma mulher travestida de drag queen. Boy George tinha uma atração pessoal por heterossexuais e simpatizantes indecisos, algo que inevitavelmente o levava a frustações e decepções amorosas, como ocorrera em seu relacionamento secreto com John Moss, baterista do Culture Club. E as histórias não param por aí, portanto, se quiser saber mais sobre a escandalosa "Boneca Emília" do movimento New Romantic britânico, existe um ótimo filme chamado "Worried About The Boy", produzido pela BBC de Londres.

Culture Club - Do You Really Want to Hurt Me?

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

09 de Janeiro: O Dia do Astronauta

Em 1993, o traje de Gagarin foi arrematado por US$ 112.500
Garanto que você não sabia que em 09 de janeiro é comemorado o Dia do Astronauta, uma desconhecida celebração no calendário brasileiro que homenageia os desbravadores do espaço, que com muita coragem, ousaram transpassar a fronteira final.

E saber que no mês subsequente ao lançamento do Sputnik I (04 de outubro de 1957), o primeiro satélite artificial da Terra, a nave Sputnik II colocaria em órbita a primeira astronauta terráquea, a cadela Laika.

Deixando de lado os testes com animais para dar ensejo a corrida espacial, em 12 de abril de 1961, a bordo da Vostok I, uma nave que pesava 4.725 quilos, o astronauta (ou melhor dizendo, cosmonauta) soviético Iuri Alieksieievitch Gagarin seria o primeiro homem a viajar pelo espaço. O passeio perdurou por 1h48min e uma emblemática frase de Gagarin, ecoaria por décadas adiante: "A Terra é Azul".

Foram recolhidos 27 kg de amostras de pedra e poeira da Lua 
Os recordes soviéticos não parariam por aí, já que Guerman Titov, entre 6 e 7 de agosto de 1961, a bordo da Vostok II, seria o primeiro astronauta a ficar mais tempo no espaço (25 horas e dezoito minutos). Em 18 de março de 1965, Alieksiei Leonov, entraria na história por ser o primeiro homem a andar pelo espaço, flutuando e dando piruetas do lado de fora de sua nave, a Voskhod II. Já a primeira mulher a aventurar-se no espaço, coincidentemente, também tem origem russa, a astronauta de 26 anos, Valentina Tereskhova, que embarcou na Vostok VI.

Após uma boa quantidade de antiácidos e unhas ruídas, em 20 de julho de 1969, os americanos marcariam seu primeiro ponto na corrida espacial, com a chegada de Neil Armstrong a Lua. O passo dado com o pé esquerdo e a famosa frase de Armstrong, tornar-se-iam o registro cronológico da capacidade humana em superar desafios: "Este é um pequeno passo para o homem, um gigantesco salto para a humanidade." Estima-se que no mundo inteiro, mais de 1 bilhão de pessoas acompanharam a exploração lunar pela TV e pelo rádio.


O Projeto Apolo consumiu 50 bilhões de dólares
A emoção foi tão grande que Edwin "Buzz" Aldrin, o segundo astronauta a pisar na Lua, sentiu uma enorme vontade de urinar, mas não foi preciso estragar o passeio, considerando que o traje foi confeccionado com 21 camadas de tecido e uma bolsa coletora para líquidos.

Bom, após uma grande pausa nos investimentos de caráter espacial, parece que estamos nos preparando para outra vibrante façanha, levar o homem até Marte, e quem sabe, até a lua Titã, o sexto satélite elipsoidal de Saturno. Deixo meus parabéns a todos os astronautas e cosmonautas deste planeta azul que chamamos de lar, rogando para que este espírito pioneiro jamais se apague, mesmo diante das adversidades econômicas e tecnológicas que se coloquem como obstáculo em nossos caminhos.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A Dádiva do Perdão: Gênesis 45:7-8

José no Egíto, obra de Jacopo Pontormo (1517)
Ao meditar sobre o divino caráter do perdão, Luiz Dinnouti, um querido amigo e irmão em Cristo, lucubrou o excelente texto que nos enriquecerá logo abaixo.

A mensagem tem fundamento em uma passagem bíblica bem conhecida, na qual José revela sua real identidade para seus irmãos, que num remoto passado, o venderam para mercadores de escravos. Vejamos agora o texto sagrado a ser explorado, e, em seguida, os reveladores comentários que prometem ser luz para este ano de incertezas.

"Deus enviou-me adiante de vós, para conservar-vos descendência na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento. Assim não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como governador sobre toda a terra do Egito." (Gênesis 45:7-8)

Considerando tudo o que José sofreu; a escravidão, a traição, a falsa acusação, a prisão e momentos de saudades de sua mãe e de seu pai e de seu lar, seria lógico pensar que esta seria a hora da vingança. Era a hora de tripudiar sobre a sorte daqueles que foram cruéis e injustos para ele.

Entretanto a atitude de José surpreende e demonstra um grau de maturidade espiritual que somente alcançam aqueles que, tendo passado por momentos de sofrimento, souberam aproveitar as lições que tais circunstâncias lhe proporcionaram para entender o sentido da vida sob uma perspectiva mais ampla, entendendo que há um proposito maior em tudo o que acontece, que nada pode ser analisado isoladamente, mas tudo na vida faz parte de um intrincado quebra cabeças, onde cada momento, cada pessoa, representa uma peça que, ao ser encaixada às demais, resulta no quadro maior da realidade da vida.

Portanto o que somos e vivemos hoje é o resultado de ações, atitudes, pensamentos e escolhas, nossas próprias e de outras pessoas no passado.

Tudo o que nos aconteceu no passado serviu de alguma forma para configurar o momento atual e produzir a pessoa que somos hoje. Sem termos passado por todas as situações que experimentamos, tenham sido estas felizes ou infelizes, não seriamos o que somos hoje.

Cada momento imprimiu em nossa alma, mente e espirito registros que influenciaram e moldaram nosso modo de ver o mundo, nosso comportamento e a maneira como vamos nos preparar para o futuro. Pensando desta forma, não há lugar para arrependimentos, remorsos e culpas, pois nada pode ser mudado de tudo o que aconteceu.

O sentimento de culpa, de vingança, de remorso somente interferem negativamente e diminuem o potencial humano de transformar realidades e o rumo do futuro. Se o passado não pode ser mudado, como devemos viver o presente e preparar o futuro?

Quanto ao presente, vivamo-lo com alegria, com amor, aproveitando a oportunidade de aprendizado, com sentimentos positivos, sendo otimistas e acreditando no principio maior da semeadura e colheita, pois tudo o que plantamos, nós colhemos. Se semearmos o bem colheremos o bem.

Com esta perspectiva em mente, José pôde dizer: “Não foste vós.” Há nessa expressão um perdão explicito e sincero, porque José entendera que tudo quanto lhe aconteceu teve um propósito e isto estava claro para ele naquele momento.

Ele fora enviado para o livramento de sua familia, dos seus irmãos e todos os que viviam com eles – 70 almas, é o que diz a Bíblia. A forma como José reagiu a cada situação de sofrimento o preparou para torná-lo naquilo que ele se tornou: um grande lider, capaz de ser uma benção para muitas pessoas, fazendo sua parte no grande plano da vida.

Nada do que nos acontece é essencialmente bom ou ruim, e mesmo as circunstancias mais adversas servem para nos preparar, para que cresçamos espiritualmente e auxiliemos outros a também evoluirem. Mas lembrem-se: o mesmo sol que endurece a lama, derrete a cera. A forma como reagimos às circunstancias da vida vai determinar as consequências sobre nosso crescimento espiritual. Uns caem e são derrotados. Outros se levantam e seguem mais fortes ainda.

CONCLUSÃO
Bodas de Caná, obra de Veronese (1563)
Que assim como José, nós sejamos capazes de superar as lembranças tristes do passado, as culpas , remorsos e desejos de vingança e possamos entender o propósito de D’us o Eterno para o presente momento, que é vivermos de tal maneira que sejamos uma benção para todos os que nos rodeiam, pois para isso passamos por todas as experiencias que a vida nos proporcionou, para que pudessemos ser capazes de ajudar nossos irmãos na grande caminhada da vida. Que o resto da nossa vida seja a parte mais importante e mais feliz dela, e tal como o vinho servido nas bodas de Caná por Jesus, o melhor esteja reservado para o final da festa.

Que D’us o Eterno os abençoe, e que as Palavras do Livro Santo sejam luz e lâmpada para os vossos pés, no intrincado caminho da vida.

Luiz Dinnouti

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Daimler-Maybach: A Primeira Motocicleta


Inspirados pela grande invenção de Nikolaus Otto, o motor de combustão interna de quatro tempos, Gottlieb Daimler (1834-1900) e Wilhelm Maybach (1846-1929), dois talentosos alemães, revolucionariam para sempre as alternativas em transporte por todo o mundo.

Apesar de existirem as bicicletas movidas a vapor desde 1867, a Daimler-Maybach de 1885 tornar-se-ia a primeira motocicleta reconhecida historicamente. O referido protótipo foi elaborado com um par de rodas de segurança, presas numa base ao chassi, com o objetivo de estabilizar a pilotagem do condutor. Tratava-se de um acessório temporário, já que os motociclistas precisavam de experiência para dominar a técnica de condução.

O primeiro teste foi efetuado por Maybach, quando pilotou sua criação de Cannstatt a Untertürkheim, uma distância de aproximados três quilômetros, por uma velocidade de 12 km/h (mais lerda que uma mobilete).
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