|
Arcanjo Miguel por Hans Holbein |
Muitas crenças descrevem os anjos como seres fascinantes, dotados de poderes divinos e com uma existência que se interpõem entre o plano celestial e o plano mortal.
O anjo possui uma natureza submissa a
D-us, o que vem relevar sua maior qualidade, a portabilidade da luz, cujo simbolismo se traduz no bem e na verdade sobre todas as coisas (Salmos 103:20).
O reino das sombras com seus temíveis habitantes, os demônios (daimons, na mitologia grega), representam a antítese das entidades santificadas, bem como a rebeldia a ordem estabelecida pelo Criador.
Segundo alguns teóricos, a ideia de anjos e demônios como incorporações do bem e do mal, vem da interação entre o Judaísmo e o Zoroastrismo Persa.
Os zoroastrianos previam a chegada de uma grande batalha entre duas deidades: Ahura Mazda, o “sábio senhor” e deus da luz, e Angra Mainyu (ou Ahriman), o “espírito mal” e deus da escuridão. Já no Judaísmo, o embate é visto de maneira diferente, considerando que a religião é restritamente monoteísta.
Para a crença hindu, os
dakini (caminhadores do céu) são o equivalente indiano dos anjos, enquanto no
Budismo Tibetano, o chamado
deva-loka é equipolente ao anjo cristão.
|
A Anunciação por Antônio Crivelli |
Biblicamente, a figura do anjo é descrita como um ente de corpo glorificado, que tanto pode ser físico como espiritual.
Tal conceito surgiu no século XII, momento em que a
Igreja Católica Apostólica Romana afirmou que os anjos, assim como os demônios (anjos caídos), tinham corpos etéreos (Hebreus 1:13-14), mas que também eram providos de matéria palpável (Gênesis 18:1-8). Antes disto, os primeiros cristãos viam os demônios como seres feitos de vapor, portanto, ausentes de corpos físicos.
O próprio
Diabo (derivado da palavra grega
diabolos, que significa difamador), outrora chamado de
Lúcifer (aquele que porta a luz), fora o mais belo e importante anjo de
D-us, que por vaidade, perdeu a principal patente de querubim do
Reino Celestial (Ezequiel 28:12-15).
A primeira esquematização de uma hierarquia angelical surgiu na Idade Média, quando teólogos as classificaram em três distintas esferas, sendo:
- Conselheiros Celestiais: A primeira ordem, destinada a patente mais acessível a D-us, uma casta que inclui os serafins, os querubins e os tronos.
- Governadores Celestiais: A segunda ordem, voltada aos domínios, virtudes e poderes.
- Mensageiros Celestiais: A terceira e mais baixa ordem, estabelecida para os principados, arcanjos e anjos.
|
A Visão de Ezequiel por Raffaello Sanzio |
Neste exército imortal (I Reis 22:19 e Lucas 20:35-36), formado por seres com poder de rasgar os ares velozmente (Daniel 9:21), encontram-se os agentes que executam o desejo criativo de
D-us, alguns com nomes conhecidos, como
Gabriel (anunciador da vinda de
Jesus Cristo),
Miguel (o arcanjo guerreiro que enfrentará
Satanás),
Uriel,
Khamel,
Rafael e
Tzadkiel.
Para os adeptos da
Teoria dos Astronautas do Passado, os anjos nada mais são que seres extraterrestres altamente evoluídos em tecnologia e sabedoria cósmica, oriundos de uma raça com aparência similar a nossa, mas que também podem se apresentar na forma humanoide.
Possivelmente, emissários vanguardistas, vindos de um futuro aquém da compreensão humana, observando o homem a fim de aprimorá-lo, para obter um resultado semelhante a eles. E por falar em seres inexplicáveis inseridos em nossa cultura, será que a obra "
A Anunciação" (1486 d.C.) de
Antônio Crivelli, vem realmente retratar a imagem do
Espírito Santo nos céus, como um discóide voador de origem extraterrena?