A cerveja é bebida alcoólica fermentada mais consumida no planeta, resultado da combinação básica de 91% de água, 4% álcool (variável de um tipo a outro), 0.60% de CO2 (gás carbônico), 4,4% de cereal maltado (geralmente a cevada) e lúpulo.
O álcool e o gás carbônico surgem através do processo natural de fermentação, sendo o último, responsável pela formação da espuma e contribuição na estabilidade do sabor característico da cerveja, além de ser o conservante in natura da bebida.
Quanto a sua origem, há muita especulação, muitos mencionam o Egito Antigo como berço da cerveja, todavia, alguns historiadores atribuem ao povo sumério à devida autoria da bebida. Um importante registro histórico que fundamenta essa crença é o Código de Hamurabi (1793-1759 a.C.), que previa punição aos taberneiros desonestos no período.
Outro documento de suma importância para alicerçar o passado da cerveja é uma epopeia babilônica, chamada Gilgamesh, na qual mostra Enkidu, um simiesco, meio animal, meio homem, que pastava nas estepes junto as gazelas, escolhido para tornar-se o serviçal do rei, cujo nome ilustra este poema: Enkidu não sabia comer pão
Nem sabia beber cerveja.
Então, a rapariga abriu a boca
E disse para Enkidu:
“Come o pão, Enkidu, pois ele é vida,
E bebe cerveja, como é costume no país”.
Enkidu comeu pão até se fartar
E bebeu cerveja, sete jarras cheias.
Então, sua alma se desanuviou
E seu coração exultou,
Seu rosto resplandeceu e ele ficou alegre,
Lavou seu corpo hirsuto
E untou-se com óleo
E tornou-se humano.
A grande verdade é que a cerveja provavelmente surgiu juntamente com a agricultura, cerca de 10 mil anos antes de Cristo, numa região do Oriente que se inicia no Delta do Nilo até a bacia do do rio Tigre, passando na metade do percurso por Israel e Líbano.
Posteriormente a cerveja foi abraçada por outras culturas, como a grega, a hispânica e a germânica, chegando ao nosso País apenas no século XVII, trazida por holandeses que desembarcaram no Nordeste brasileiro.
Séculos se passaram e Blumenau tornou-se a capital da cerveja no Brasil e, depois de Munique, é o palco que realiza a segunda maior Oktoberfest do mundo.
Bom, por enquanto vou pontuar aqui a jornada deste fermentado alcoólico. Espero tê-los entretido com a matéria inaugural da seção Cervejaria do blog, já que em breve escreverei outros assuntos do fabuloso universo do "pão líquido" que tanto nos agrada.