Bem vindo!

Tu que és um andarilho virtual na constante busca pelo conhecimento e diversão, celebre a vida conosco! Junte-se à nossa lareira, venha beber uma taça de vinho ou esfriar-se em uma grande caneca de cerveja, faça novos amigos ou solidifique velhas amizades.

"Sem comer e sem beber ninguém se cobre de glória" (provérbio viking).

terça-feira, 31 de maio de 2011

Weisswurst: A Linguiça Branca Alemã

Não tenho dúvidas que os amantes da culinária alemã em algum momento já experimentaram esta tradicional linguiça branca feita de carne de porco e vitela, com um sabor que ainda revela toques de salsinha, especiarias e limão. 

Particularmente é um embutido que sempre peço nos restaurantes alemães, seja no Brasil ou na própria Alemanha.

Conta a lenda que seu surgimento ocorreu há mais de 150 anos em Munique, pelas mãos de um jovem açougueiro de uma hospedaria local. Na ausência do costumeiro envoltório, o charcuteiro substituiu por um mais fino de porco, o que o levou a cozinhar as linguiças com receio que arrebentasse.

Reza o costume alemão degustá-la no café-da-manhã, acompanhada de mostarda doce bavariana, pretzel e uma deliciosa cerveja clara alemã. Por ser bastante perecível é recomendado prepara-la logo cedo, antes que se ouçam os sinos da igreja ao meio-dia.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Playlist: Jornada Medieval

Venha peregrinar pelos caminhos desta minha nova playlist, abastada por músicas contemporâneas e ecléticas que nos transportam para uma jornada medieval, em busca da simplicidade de valores, onde o sagrado era o alicerce da sociedade e a honra um atributo exaltado com orgulho.

20 MÚSICAS PARA INICIAR UMA JORNADA MEDIEVAL (PLAYLIST)

1. Greg Joy - Autumn Harp

2. Enigma - Sadeness
3. Loreena McKennitt - The Dark Night Of The Soul
4. Blackmore’s Night - Shadow Of The Moon
5. Petra - Let Our Voices Rise Like Incense
6. Van Canto - The Bards Song [In The Forest]
7. Era - The Mass
8. Sarah McLachlan - Fear
9. Clannad - Together We
10. Sting - Fields Of Gold
11. Dead Can Dance - Summoning Of The Muse
12. Enya - Book Of Days
13. Sarah Brightman - Deliver Me
14. Yanni - Nightingale
15. Fortuna Caelestia - Mediterranean Haleluya [Brazilian Benedictine Monk Choir]
16. The Alan Parson's Project - Old and Wise
17. Hans Zimmer & Lisa Gerrard - Now We Are Free [Gladiator Soundtrack]
18. Annie Lennox - Into The West [Lord Of The Rings: Return Of The King Soundtrack]
19. E-nomine - Padre Nuestro
20. Sinead O'Connor - You Made Me The Thief Of Your Heart

    domingo, 29 de maio de 2011

    A Cozinha Medieval

    "Girl Chopping Onion" por Gerrit Dou (1646)
    A cozinha na Idade Média tem raízes em países da Europa Ocidental, um momento histórico documentado pelos únicos letrados do período, os clérigos. 

    Diante de uma estrutura feudal bem definida, surgiram os primeiros profissionais da gastronomia, como açougueiros, cozinheiros, charcuteiros e padeiros, os quais posteriormente aderiram-se às corporações de ofício, a fim de regulamentar a produção artesanal.

    As abadias (ou conventos), estalagens e tavernas ofereciam comida e hospedagem aos peregrinos e viajantes que por ali passavam, algumas vezes  com aspecto prosaico, outras vezes com aparência nobre.

    No campo das bebidas, os mosteiros tiveram grande importância gastronômica, pois produziam sidras, vinhos e cervejas de excelente qualidade, como o Chimay e o Rochefort, elaborados pelos monges trapistas (designação originada com o primeiro monastério da ordem, Abadia de La Trappe).

    "The Well Stocked Kitchen" por Joachim Beuckelaer (1530-1574)
    Nos casebres dos camponeses, caldeirões colocados sobre os braseiros, apoiados apenas pelas trempes, cozinhavam cereais e legumes para a obtenção de sopas e ensopados, constituindo assim, à base alimentícia dos vassalos, todavia, nos castelos dos senhores feudais, a abundância era imperativa à mesa, banquetes com carnes de caça e porco distinguiam os abastados dos desafortunados.
      
    Com o advento das crises econômicas, a escassez de alimento distanciou ainda mais as posições sociais, como ocorrido em 1315 e 1316, período em que os lordes, comeram e beberam normalmente, enquanto os servos foram obrigados a consumir plantas silvestres como forma de subsistência, algumas até venenosas.

    A representação de uma rústica cozinha de castelo
    O pão era o alimento que unificava todas as pessoas, apenas diferenciado pela matéria-prima: para o camponês: aveia, cevada, centeio e espelta; e para a nobreza a farinha de trigo.
    O Bourbelier de Sanglier (Javali Assado no Molho de Especiarias), o Ambrogino di Pollo Alla Frutta Secca (Guisado de Frango com Frutas Secas) e a Marmalade of Apricocks (Marmelada de Damasco) traduzem este vasto receituário medieval, encontrado em países como a França, a Itália e a Inglaterra.

    sábado, 28 de maio de 2011

    O Momento "Oh No..." da Múmia

    Arte de Kevin Cornell

    sexta-feira, 27 de maio de 2011

    A Maldição da Múmia

     Maldição da Múmia (1944)
    Os hieróglifos entalhados na entrada das tumbas alertavam do iminente risco sobrenatural aos invasores que resolvessem ultrapassar os limites ali estabelecidos: “A morte virá com asas ligeiras para aqueles que perturbarem o repouso do faraó”. 

    Esta advertência ganhou fama rapidamente no ocidente, tornando-se um excelente material nas mãos de escritores e roteiristas de Hollywood, contudo, arqueólogos negam a existência de tal aviso sinistro, o que não impediu a escritora Mari Corelli (Mary Mackay) publicá-lo em março de 1923.

    O mito da maldição ganhou força após a descoberta da múmia do faraó Tutancâmon (1555 a 1335 a.C.) em 1922, no Vale dos Reis em Luxor, pelo explorador britânico Howard Carter.

    Com a morte prematura do financiador da expedição, Lorde Carnarvon, rumores da suposta praga do faraó começaram a se espalhar como vento, e para agravar a situação, mais vinte pessoas ligadas à descoberta teriam morrido de forma misteriosa em um curto período de tempo. 

    Apesar das perdas humanas, o primeiro fato que começou a provocar os burburinhos foi a morte do canário de Howard Carter, abruptamente engolido por uma cobra (segundo a egiptologia, as cobras eram vistas como protetoras dos faraós).

    Adeptos da radiestésia atribuem uma causa única para o motivo das mortes, uma possível radiação liberada com a violação da tumba.

    Seriam os boatos frutos de uma histeria coletiva ou realmente algo sobrenatural agiu naquele lugar?  Bom, um fato inegável é que tal especulação rendeu ótimos enredos para filmes e revistas em quadrinhos.

    quinta-feira, 26 de maio de 2011

    Baba Ganoush

    Também grafado como baba ghanoush ou baba gannoujh, esta renomada pasta de berinjelas levemente defumadas é sem dúvida um dos antepastos mais consumidos no Oriente Médio, uma presença obrigatória em qualquer restaurante sírio-libanês

    Sirva-a acompanhado de pita ou qualquer outro pão árabe de sua preferência.






    Rendimento: 02 xícaras (chá)

    Ingredientes
    • 02 berinjelas médias (700 g) 
    • 05 colheres (sopa) de tahine (75 ml) 
    • 04 colheres (sopa) de sumo de limão (60 ml) 
    • 02 colheres (chá) de sal (10 g) 
    • 02 dentes de alho triturados 
    • 1/3 xícara (chá) de água potável (80 ml)
    • Azeite de oliva extravirgem (para regar) 
    • Salsinha picada (para polvilhar)

    Modo de Preparo
    1. Coloque as berinjelas com casca sobre a chama do fogão, em fogo baixo. Grelhe as berinjelas, virando-as de vez em quando, até que fiquem bem macias e soltem a casca com facilidade (a casca ficará queimada). Deixe esfriar. 
    2. Corte ao meio com uma colher, retire a polpa da berinjela e deixe escorrer numa peneira por 5 minutos até eliminar o líquido. Amasse a polpa com um garfo até formar um purê, agregue o tahine, o sumo de limão, o sal, o alho e misture bem. Para facilitar o preparo e deixar a pasta homogênea, utilize um processador. 
    3. Transfira a baba ganoush para uma tigela de louça ou travessa, regue com azeite de oliva e polvilhe a salsinha picada.

    quarta-feira, 25 de maio de 2011

    A Burca e a Cortina de Banheiro

    terça-feira, 24 de maio de 2011

    Playlist: Dança do Ventre nas Mil e Uma Noites

    Vivi Al Fatna
    A semana das mil e uma noites não poderia estar completa sem uma playlist a altura. Vivi, minha namorada, conhecida no universo da dança do ventre como Vivi Al Fatna, clássica bailarina da famosa casa de chá Khan El Khalili em São Paulo, elaborou uma belíssima sequência de clássicos que faz jus a um autêntico harém das fábulas árabes.

     20 MÚSICAS DE DANÇA DO VENTRE (PLAYLIST)
    1. Samir Srour & Oum Koulthoum - Ala Kad el Shawk (Lamouni Al Nas)
    2. Abdel Halim Hafez - Sawah
    3. Laura in Balady - Taht Al Shbbak
    4. Wael Kafoury - Bekoulo (Maeet Feke)
    5. Cairo Caravan (Belly Dance with Dina) - Aminti Billah
    6. Dunia El Raks - Set el Hosen (Belly Dance Music by Dr. Samy Farag)
    7. Muhammad Sultan - Nabila (Egypt)
    8. Hossan Ramzy - Enta Omri (Best Of Oum Koulthoum) 
    9. Hamada - Bs Bs Ya Amar (Sayed Balaha & Egypt Stars)
    10. Setrak - Ahbabena (Setrak, Dance with Ameerah vol. 20) 
    11. Albi Hitar - Saharony Elleil (Up All Night) 
    12. Henkesh - El Tablaa
    13. Emad Sayyad - Raksat Arrakkasa
    14. Omar Faruk Tekbilek & Brian Keane - Song Of The Pharaohs (Fire Dance)
    15. Amany & The Badawist - Badawist
    16. Ehab Tawfik - Habib el Alb
    17. Dissidenten - Fata Morgana
    18. Amr Diab - Mayaal (Desert Mix) 
    19. Hasan Abou El-Saoud - Chic Chac Choc (Saher El Accordeon) 
    20. Khan El Khalili - Al Khaime (Pallu Al Helwa)

      segunda-feira, 23 de maio de 2011

      As Mil e Uma Noites

      Sheherazade por Edouard Richter
      As Mil e Uma Noites foi o título concedido para diversas histórias árabes reunidas em uma incrível fábula, contada por ninguém menos que a intrigante personagem Sheradzade (também grafado como Sheherazade ou Xerazade).

      Tudo começa com a vida do sultão Schahriar (do persa, Xeriar), um homem extremamente ciumento que  surpreende sua esposa conversando com outro homem. O acontecimento que para muitos homens seria irrelevante deixou o perturbado sultão enfurecido, a ponto de mandar degolá-la. 

      Sinbad, o Marujo (1947)
      O sultão ainda desconfiado do sexo feminino, mas fascinado pelo mesmo, resolveu contrair matrimônio com uma nova esposa todos os dias, que seria degolada no dia seguinte à noite de núpcias.

      Para o monarca a atitude era necessária, pois imaginava que nenhuma mulher poderia traí-lo novamente, todavia, a barbárie teve fim quando uma bela e sábia mulher, de nome Sheradzade apareceu.

      Todas as noites, ela começava a contar uma história e a interrompia na melhor parte, aguçando a curiosidade de Schahriar que era obrigado a esperar a noite seguinte para ouvir a continuação. E assim se passaram mil e uma noites até que o sultão resolveu permanecer casado com Sheradzade.

      Entre as fabulosas histórias narradas por Sheradzade, incluíam: "Aladim e a Lâmpada Maravilhosa", "Ali Babá e os Quarenta Ladrões" e "Sinbad, o Marujo".

      As décadas de 40, 50 e 60 foram o período dourado do cinema na produção das histórias das Mil e Uma Noites (1001 Arabian Nights), por isso, se existir uma locadora por perto da sua casa, não deixe de alugar essas raridades em Technicolor ou quem sabe comprá-las para seu acervo.

      Ali Babá e os Quarenta Ladrões (1944)

      domingo, 22 de maio de 2011

      Egito: Mistérios Milenares

      O esplendor da milenar cultura egípcia resplandece em heranças alicerçadas na dinastia faraônica. Imputa-se aos egípcios a descoberta do processo fermentativo, que os levaram à elaboração do pão e da cerveja. 

      As pirâmides representam os maiores símbolos do Egito e também o único monumento das sete maravilhas do mundo antigo que sobreviveu às intempéries e ao próprio homem. 

      Não obstante, outro ícone que traduz a época dos faraós é a tamareira, uma árvore cujos primeiros frutos abrolham a partir dos 150 anos de vida da planta, mas não se desanime ante a inviabilidade do tempo para degustar as saborosas tâmaras, visite o Khan El Khalili (desde o século XVI), um tradicional mercado do Cairo que comercializa belíssimos artesanatos e grande variedade de iguarias e especiarias do oriente. 

      Khan El Khalili no Cairo: Uma viagem no tempo
      Adentrar no referido bazar e estar disposto a negociar com os egípcios, contudo fique tranqüilo, a cada estágio da barganha, o termômetro do consenso é uma infusão preparada com flores de hibiscos, o karkade

      Pirâmides de Gizé e a Grande Esfinge (foto de Christopher Chan)
      O cardápio egípcio inicia-se com os mezze, uma seleção de antepastos oriundos da simbiose cultural árabe, otomana, grega e persa. Dentre os pratos principais, destacam-se a Mulujeya (Cozido de Mulujeya), o Al-Batt Al-Mahshi Bi Al-Basal (Pato Recheado com Cebola e Especiarias), a Kofta Al-Gambari (Kafta de Camarões da Alexandria), o Aywa Bi Al-Bid (Omelete de Tâmaras), o Bab-El-Moluk (Carneiro do Vale dos Reis), a Hamam Mahshi Bi Al-Frik (Pomba Recheada com Ferik) e a Koschaf (Compota de Cenoura e Nozes).

      Cidadela de Sarah El-Din no Mar Vermelho
      Os gourmets sem dúvida estão em débito com povo egípcio, pois a transcrição de receitas em cadernos e livros, só tornou-se possível graças ao papiro, o ancestral de cinco mil anos do papel. 

      Templo Hatshetpsut em Luxor
      As contribuições egípcias vão além da gastronomia, apesar de controverso, acredita-se que a sensual dança do ventre (belly dance) surgiu no país das esfinges, oferecida inicialmente para a deusa Ísis como forma de agradecimento à fertilidade feminina e às cheias do Nilo.

      Rio Nilo

      sábado, 21 de maio de 2011

      Ginger Syrup

      O ginger syrup ou xarope de gengibre é um exótico ingrediente de coquetéis e sobremesas, um dos segredinhos de bartenders e chefs por todo o mundo.  

      Trata-se da redução feita através de uma calda açucarada com pedaços de gengibre fresco. Quando pronto, conserve-o na geladeira e utilize para incrementar drinques, sorvetes, salada de frutas e doces.


      Rendimento: 300 ml

      Ingredientes
      • 01 xícara (chá) de açúcar refinado (250 g)
      • 01 xícara (chá) de água mineral (250 ml)
      • 12 cm de gengibre fresco, descascado e fatiado

      Modo de Preparo
      1. Em uma panela pequena, combine a água, o açúcar e leve para ferver em fogo médio. Quando o açúcar estiver dissolvido, reduza a chama do fogão, adicione o gengibre e deixe ferver por mais 5 minutos.
      2. Remova a panela do fogo e mantenha o gengibre em infusão por 30 minutos. Coe o gengibre, descarte-o e transfira a calda para um recipiente limpo e esterilizado.

      sexta-feira, 20 de maio de 2011

      Playlist: Suspensão

      Faça desta playlist sua viagem astral, elevando seu espírito às alturas, desligando-se do involucro que o aprisiona, para voar sobre oceanos, transpassando montanhas, suspendendo-se acima das nuvens. Deixe o tempo congelar e as coisas mundanas perderem o sentido, enquanto você enxerga o mundo por outra perspectiva.

      20 MÚSICAS EM ESTADO DE SUSPENSÃO (PLAYLIST)

      1. The Alan Parson’s Project - Time 
      2. Asia - Ready To Go Home 
      3. Bat For Lashes - Glass 
      4. Steve Vai - Windows To The Soul 
      5. Lisa Gerrard & Pieter Bourke - Shadow Magnet 
      6. Deep Forest - Soul Elevator 
      7. Nicholas Gunn - A Place in My Heart 
      8. Pink Floyd - High Hopes 
      9. Dido - White Flag 
      10. Enigma - Silent Warrior 
      11. Far Corporation - Stairway To Heaven 
      12. Era - Cathar Rhythm 
      13. Marsicano - Eter 
      14. Radiohead - High and Dry 
      15. Sarah Brightman - Dust In The Wind 
      16. Peter Ratzenbeck - Clairvoyance 
      17. Blue Oyster Cult - Wings Wetted Down 
      18. Chris Isaak - Blue Spanish Sky 
      19. Enya - Caribbean Blue 
      20. Joe Satriani - A Love Eternal

        quinta-feira, 19 de maio de 2011

        Saquê: O Vinho Japonês

        A milenar bebida cristalina que leva apenas quatro ingredientes em seu preparo (arroz, água, levedura e koji-kin) é classificada na mesma categoria do vinho.

        Originalmente o saquê (oriundo da palavra sakae, que significa “prosperidade”) era apenas consumido em importantes comemorações japonesas (Ano-Novo, casamentos e celebrações xintoístas).

        Com o passar do tempo, o saquê ganhou lugar a mesa nas habituais refeições diárias, tornando-se popular, mas sem perder o brilho nobre do período imperial de Nara, a antiga capital do Japão (710 a 792 d.C.). Acredita-se que o saquê seja mais um legado da China, nascido no vale do rio Yangtzé, por volta de 4800 a.C.

        Conhecido também por nihon-shu (vinho japonês), a bebida nacional do País do sol nascente divide-se em três categorias: tokkyu (especial), ikkyu (de primeira categoria) e nikkyu (de segunda categoria, comumente utilizado na culinária).

        Um pó escuro chamado koji-kin (Aspergillus oryzae), é o fundo responsável pela conversão do amido do arroz em açúcar, além de garantir o característico sabor final do saquê. Em regra, o saquê é envelhecido por até seis meses e, antes de ser engarrafado, é diluido com água para obter um teor alcoólico limitado 16% vol., contudo, há saquês comercializados acima desta graduação. O mestre preparador do saquê é conhecido como toji, sendo responsável pela saqueria (em japonês "kura"), entretanto, o trabalho braçal fica por conta de seus assistentes, denominados kurabito.

        Saiba que o saquê pode ser apreciado tradicionalmente de duas maneiras quando in natura:


        KIRIN - Servido gelado, quase transbordando, em um recipiente quadrado chamado masu, com capacidade para 180 ml. Suaviza-se o sabor do saquê colocando um pouco de sal na borda do masu. No Japão feudal o masu era utulizado como medidor de arroz, que a cada mil unidades equivalia a um "koku", quantidade necessária para alimentar uma pessoa por um ano.

        MIRIN - Servido quente em um recipiente similar a um “copinho” chamado ochoko. A bebida deve ser aquecida dentro de um frasco típico chamado tokkuri, que deverá estar aberto no interior de uma panela com água fervente. A temperatura ideal para servir será em torno de 40ºC.

        No Japão, as províncias de Kyoto e Hyogo são consideradas as melhores na produção do fermentado de arroz, enquanto o São Paulo e o Pará lideram a confecção da bebida no Brasil. A primeira fábrica de saquê do Estado de São Paulo surge em Campinas no ano de 1936, através da iniciativa do proprietário da fazenda Tozan, o barão Hisaya Iwasaki.

        Bares e restaurantes brasileiros, colaboraram na divulgação da bebida japonesa em território nacional, graças a estimulação da cultura da saquerinha (ou saiquirinha), o delicioso coquetel de saquê com frutas sortidas (kiwi, morango, carambola, lichia, frutas vermelhas, etc.). Gostou da matéria? Então brindemos a essa herança japonesa, kampai!

        quarta-feira, 18 de maio de 2011

        Sashimi: Peixe Cru com Arte

        Típica especialidade japonesa (senão a mais famosa logo após o sushi), que consiste em fatias cruas peixe ou frutos do mar frescos (atum, salmão, bonito, cavalinha, tilápia, pargo, polvo, linguado, etc.), geralmente cortadas de acordo com quatro técnicas básicas: em fatias retangulares (hira giri), em lâminas finas (uzu zukuri), em tiras (ito zukuri) e em cubos (kaku giri). 

        Mas nem só de peixes o sashimi é feito, há ainda iguarias incomuns como a carne bovina e a saborosa carne de cavalo (esse eu já experimentei). Para aqueles que não apreciam a apresentação totalmente crua dos tradicionais sashimis, o tataki é uma boa opção, já que trata-se do método em que se grelha o peixe numa chapa quente até seu exterior ficar corado, mas, mantendo por dentro a característica crua da iguaria. 

        Tataki de Atum

        No quesito acompanhamento, recomenda-se o nabo cortado em tiras finíssimas, o gengibre em conserva (gari), a pasta de raiz-forte (wasabi) e o molho de soja (shoyu). Se você gosta de pescaria ou tem um amigo que curta, faça como eu fiz em um sítio, prepare uma sequencia de sashimis fresquinhos. Não tem nada igual se compararmos com a iguaria servida nos restaurantes japoneses do Brasil, já que o sabor é extremamente leve e apetitoso. Na última vez que preparei desta forma, utilizei uma tilápia com cerca de 3 kg, cortada da forma hira giri.

        terça-feira, 17 de maio de 2011

        Teppanyaki

        Deliciosa especialidade da cozinha japonesa que consiste em frutos do mar e legumes grelhados em chapa de ferro com molho de soja (shoyu) e saquê. 

        Algumas receitas adicionam o filé mignon em tiras, frango em tiras, salmão ou a anchova no preparo, contudo, apresento a versão mais usual que poderá ser servida acompanhado do tradicional gohan (arroz japonês).




        Rendimento: 02 pessoas

        Ingredientes
        • 100 g de camarões médios limpos
        • 100 g de lulas limpas, cortadas em anéis
        • 100 g de mexilhões limpos
        • 100 g kamaboco (massa de peixe) cortada em pedaços
        • 01 xícara (chá) de cenoura finamente fatiada no sentido longitudinal
        • 01 xícara (chá) de abobrinha finamente fatiada no sentido longitudinal
        • 01 xícara (chá) de buquês de couve-flor
        • ½ colher (chá) de sal
        • 02 colheres (chá) de açúcar refinado
        • 04 colheres (sopa) de manteiga sem sal
        • 04 colheres (sopa) de molho de soja (shoyu)
        • 06 colheres (sopa) de saquê nikkyu 
        • 02 talinhos de cebolinha

        Acessório
        • 01 frigideira ou chapa de ferro (teppan)

        Modo de Preparo
        1. Coloque os frutos do mar em uma tigela média, tempere com sal, açúcar e saquê. Deixe marinando na geladeira por aproximadamente 30 minutos.
        2. Aqueça a frigideira, derreta metade da manteiga, adicione a cenoura, a abobrinha e a couve-flor. Refogue por cerca de 4 minutos ou até que os legumes fiquem tenros. Acrescente metade do shoyu, misture bem e reserve.
        3. Na mesma frigideira em fogo alto, derreta o restante da manteiga e agregue os frutos do mar. Grelhe rapidamente de ambos os lados até começar a dourar. Junte o tempero da marinada, o shoyu remanescente e deixe reduzir por aproximadamente 6 minutos.Adicione as cebolinhas para decorar.

        segunda-feira, 16 de maio de 2011

        Japão: Samurais da Criatividade e Perfeição

        O perfeito cartão postal do Japão: Cerejeiras e o Monte Fuji
        A gastronomia japonesa pode ser considerada similar a arte do ikebana (arranjo floral) e ao origami (dobradura de papel), pois oferece ao mundo um espetáculo cores e formas, transfigurando um simples sushi, num regalo para os sentidos. 

        Milenar em tradições e costumes, inclusive na etiqueta à mesa, o Japão rende suas portas para as contribuições chinesas, adotando o hashi como talher, o molho de soja como condimento (século XV) e o chá como ritual (séculos IX e XII). 

        O segredo da culinária japonesa vem da harmonia e da habilidade no preparo, bem como da rigorosa seleção dos alimentos, em grande parte crus. 

        A futurista Shinjuku: Cenário condizente com o filme Blade Runner
        A alga marinha, o arroz, a soja, os cogumelos, as raízes e os legumes, são ingredientes essenciais para a composição da cozinha na terra do sol nascente, todavia, os pescados recebem tratamento especial, alguns exemplares são vendidos a peso de ouro no mercado metropolitano de Tsukiji em Tóquio. 

        Castelo Himeji em Hyogo
        Pratos como o sashimi, o sushi, o missoshiro, o sukiyaki, o shabu-shabu, o gohan, o teppanyaki, o yakitore e a tempura (oriunda dos jesuítas portugueses), traduzem de forma sintética esta deliciosa cozinha. 

        Praia com belas formações rochosas em Okinawa
        A bebida da família das teáceas é reverenciada no zen-budismo e deu ensejo à tradicional Chanoyu (cerimônia do chá), que por sua vez originou a Kaiseki-Ryori (cozinha do chá).

        Centro de Osaka
        O saquê (proveniente da palavra sakae, que significa “prosperidade”) é um fermentado elaborado a partir do arroz, que representa a bebida popular no Japão e também uma espécie de oferenda às divindades do xintoísmo.

        domingo, 15 de maio de 2011

        A Verdade Por Trás dos Nomes Artísticos

        Não é de hoje que as indústrias fonográfica e cinematográfica direcionam os artistas a mudarem seus verdadeiros nomes, objetivando facilitar a assimilação do público ou quem sabe fugir de uma herança familiar indesejada.

        Algumas alterações são radicais, outras apenas um encurtamento, que no fim, acaba sendo bem vantajoso para a memorização. 

        Conheça agora mais 100 nomes reais de algumas celebridades da música, cinema e televisão. 


        1. Agenor de Miranda Araújo Neto (Cazuza)
        2. Allen Stewart Königsberg (Woody Allen) 
        3. Anna Mae Bullock (Tina Turner) 
        4. Antônio Carlos Bernardes Gomes (Mussum)
        5. Archibald Leach (Cary Grant)
        6. Arlette Pinheiro Esteves da Silva (Fernanda Montenegro)
        7. Aryclenes Venâncio Martins (Lima Duarte)
        8. Bernie Schwartz (Tony Curtis)
        9. Brian Hugh Warner (Marilyn Manson) 
        10. Carlos Irwin Estevez (Charlie Sheen)
        11. Carlos Ray Norris (Chuck Norris)
        12. Caryn Johnson (Whoopi Goldberg)
        13. Chaim Witz (Genne Simmons)
        14. Cherilyn Sarkisian LaPiere (Cher)
        15. Christene Jennifer Annasstakis (Jennifer Aniston) 
        16. Christopher John Boyle (Chris Cornell)
        17. Daniel Michaeli (Danny DeVito) 
        18. David Robert Jones (David Bowie) 
        19. Demetria Gene Guynes (Demi Moore)
        20. Dianne Belmont (Lucille Ball)
        21. Doris von Kappelhoff (Doris Day)
        22. Dwayne Douglas Johnson (Dwayne Johnson ou The Rock)
        23. Enrique Morales (Ricky Martin)
        24. Eric Boucher (Jello Biafra) 
        25. Eric Marlon Bishop (Jamie Foxx)
        26. Farrokh Bulsara (Freddie Mercury) 
        27. Frances Gumm (Judy Garland) 
        28. Frank Anthony Iommi (Tony Iommi)
        29. Frederick Austerlitz (Fred Astaire)
        30. Gary Lee Weinrib (Geddy Lee) 
        31. George Alan O’Dowd (Boy George) 
        32. George Roger Waters (Roger Waters)
        33. George Timothy Clooney (George Clooney)
        34. Georgios Kyriacos Panayiotou (George Michael)
        35. Gordon Summers (Sting) 
        36. Greta Gustaffson (Greta Garbo)
        37. Issur Danielovitch (Kirk Douglas)
        38. James Douglas Morrison (Jim Morrison)
        39. James Jewel Osterberg (Iggy Pop) 
        40. James Patrick Page (Jimmy Page)
        41. Jean-Claude Camille François van Varenberg (Jean-Claude van Damme) 
        42. Jeffrey Hyman (Joey Ramone)
        43. Joanne Angelina Germanotta Stefani (Lady Gaga)
        44. John Cummings (Johnny Ramone)
        45. John Francis Bongiovi (Jon Bon Jovi) 
        46. John Michael Osbourne (Ozzy Osbourne) 
        47. John Ritchie (Sid Vicious) 
        48. John Winston Lennon (John Lennon) 
        49. José Antonio Dominguez Bandera (Antonio Banderas)
        50. José Eugênio Soares (Jô Soares)
        51. José Francisco Zambianchi (Kiko Zambianchi)
        52. José Lima Sobrinho & Durval de Lima (Chitãozinho e Xororó)
        53. Kong-Sang Chan (Jackie Chan) 
        54. Lars Johann Yngwie Lannerback (Yngwie Malmsteen) 
        55. Laura Jeanne Reese Witherspoon (Reese Witherspoon) 
        56. Luís Maurício Pragana dos Santos (Lulu Santos) 
        57. Madonna Louise Veronica Ciccone (Madonna)
        58. Manfriedi Santana (Dedé Santana)
        59. Margarita Carmen Cansino (Rita Hayworth)
        60. Maria da Fátima Palha Figueiredo (Fafá de Belém)
        61. Maria da Graça Costa Penna Burgos (Gal Costa)
        62. Maria da Graça Meneguel (Xuxa)
        63. Maria de Lourdes Farrow (Mia Farrow)
        64. Maria Magdalena von Losch (Marlene Dietrich)
        65. Marion Morrison (John Wayne)
        66. Mark Sinclair Vincent (Vin Diesel) 
        67. Mel Kaminsky (Mel Brooks)
        68. Michael Balzary (Flea)
        69. Mirosmar José de Camargo & Welson David de Camargo (Zezé Di Camargo & Luciano)
        70. Natalie Hershlag (Natalie Portman)
        71. Nicholas Kim Coppola (Nicolas Cage) 
        72. Nilcedes Soares Guimarães (Glória Menezes)
        73. Norma Jeane Mortensen (Marilyn Monroe) 
        74. Paul Daniel Frehley (Ace Frehley) 
        75. Paul David Hewson (Bono Vox) 
        76. Peter Kenneth Frampton (Peter Frampton)
        77. Reginald Dwight (Elton John)
        78. Reginald Kenneth Dwight (Elton John) 
        79. Renato Manfredini Júnior (Renato Russo) 
        80. Richard Starkey Junior (Ringo Star) 
        81. Robert Allan Zimmerman (Bob Dylan) 
        82. Robert Anthony Plant (Robert Plant)
        83. Robert Cummings (Rob Zombie)
        84. Ronald Belford (Bon Scott)
        85. Sally Mahoney (Sally Fields)
        86. Saul Hudson (Slash) 
        87. Sebastião Prata (Grande Otelo)
        88. Simon John Charles Le Bon (Simon Le Bon)
        89. Sofia Scicolone (Sophia Loren)
        90. Stacey Ann Ferguson (Fergie)
        91. Stanley Harvey Eisen (Paul Stanley)
        92. Stephen Victor Tallarico (Steven Tyler) 
        93. Thomas Cruise Mapother IV (Tom Cruise) 
        94. Vicent Damon Furnier (Alice Cooper) 
        95. Walter Willis (Bruce Willis)
        96. William Bailey (Axl Rose)
        97. William Board (Billy Idol) 
        98. William Bradley Pitt (Brad Pitt)
        99. William Henry Pratt (Boris Karloff)
        100. Winston Hubert Macintosh (Peter Tosh)

        sábado, 14 de maio de 2011

        Caipilima

        A tradicional caipirinha todos já conhecem, mas quando o limão é substituído por lima-da-pérsia a bebida recebe um novo nome, caipilima.

        A baixa acidez deste fruto cítrico culminado com seu peculiar perfume concede a esta vertente do famoso coquetel brasileiro uma experiência ímpar e muito agradável. 

        Há ainda uma vantagem para quem se preocupa contar calorias, a caipilima necessita de menos açúcar, portanto, repita a dose sem desculpa. 

        Alguns bares servem a caipilima salpicada com pimenta rosa ou cravo-da-índia, sendo assim, fique a vontade para inovar.


        Rendimento: 01 pessoa

        Ingredientes
        • 01 lima-da-pérsia cortada em pedaços
        • 01 dose de cachaça (50 ml)
        • 02 colheres (chá) de açúcar refinado ou adoçante
        • Gelo a gosto
        Acessórios
        • 01 pilão
        • 01 copo de whisky (318 ml)

        Modo de Preparo
        1. Em um pilão, macere a lima-da-pérsia com o açúcar e a cachaça até desprender o sumo da fruta.
        2. Disponha a bebida em um copo, adicione gelo e misture até que estejam incorporados. Sirva em seguida.

        sexta-feira, 13 de maio de 2011

        Sexta-Feira 13: 700 Anos de Superstição

        O Interrogatório de Jacques DeMolay
        Os gloriosos dias da respeitada Ordem dos Cavaleiros Templários (fundada no século 12 em Jerusalém) tornou-se a origem da supersticiosa data que ilustra esta matéria. Foram 300 anos de prosperidade que resultaram em uma organização abastada e muito influente na Europa.

        No início do século 14 o poder dos templários era como uma “pedra no sapato” de alguns monarcas, dentre esses Filipe IV, o Belo, da França, que resolveu por fim a instituição.

        O episódio negro aconteceu em 14 de setembro de 1307, quando o rei enviou a seus oficiais, ordens que apenas deveriam ser abertas dali a um mês, isto é, uma sexta-feira do dia 13 de outubro. A partir desta fatídica data, os cavaleiros templários viriam a ser presos, torturados, excomungados da Igreja Católica e queimados na fogueira como supostos hereges.

        Jacques DeMolay
        Foram cinco anos de barbárie contra a Ordem, além de tentativas de convencer o papa Clemente V a extingui-los (já que os templários eram submetidos ao Vaticano, e não à França).

        Em 1312 a Ordem dos Cavaleiros Templários deixa de existir pela ardilosa acusação de heresia, traição a Jesus e até homossexualismo.

        O mártir e último grão-mestre da Ordem, Jacques DeMolay, antes de ir para a fogueira, teria dito que em um ano todos que o perseguiram prestariam contas a Deus. 

        O curioso é que as palavras do templário se confirmaram em penitência divina, já que Clemente V morreu em abril e Filipe IV em novembro.

        Não é a toa que essa mancha histórica originou a associação da data com a má sorte.

        Juan Francisco Casas: O Mestre da Caneta Bic

        Quem diria que um objeto tão popular criado por John J. Loud em 1888 seria um valoroso instrumento artístico nas promissoras mãos do artista Juan Francisco Casas Ruiz

        Sim, me refiro a uma modesta caneta esferográfica, a vulgar Bic Cristal, que mal conseguimos ter uma caligrafia bonita, Juan consegue extrair o que parece impossível.

        Detentor de uma aparência descontraída, Juan Francisco Casas confunde todos os incautos com seu currículo repleto de premiações e graduações, que inclui um doutorado em Bellas Artes pela Universidade de Granada na Espanha.

        Desde 2002, Casas é representado pela Galeria Fernando Pradilla (Madri, Espanha) e pela Galeria El Museo (Bogotá, Colômbia), contudo, suas colaborações se estendem a muitas outras galerias que transladam os oceanos.


        A vida boêmia deste jovem artista espanhol serviu-lhe de inspiração para criar estas realistas obras em tinta azul. Resta-nos imaginar se a arte transpassou fronteiras nesses loucos ensaios de Juan com suas modelos.

        O talentoso trabalho de Juan Casas não está restrito apenas a Espanha, poderemos apreciá-lo em inúmeras galerias ao redor do mundo, inclusive na Coréia do Sul.

        Juan revela em cada traço e espirro do aerógrafo o combustível que move seu ser: festas, sexo e muito deboche, uma arte que em tempos remotos faria jus a vida social de cidades como Sodoma e Gomorra.


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